Um projecto do São Luiz Teatro Municipal

comissariado por Alvaro García de Zúñiga & Teresa Albuquerque


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Le Chevallier aux Miroirs (2004) by Alexander Knox


Sessão 35 – Terça 14 de Maio de 2013 – Leitura dos capítulos 14, 15 e 16 da Segunda Parte do Ingenioso Cavaleiro Dom Quixote de la Mancha."


Convidado : Nuno de Lemos Pires


Jogo de cavaleiros, jogo de espelhos…


Se o nosso Quixote é o espelho da cavalaria, o cavaleiro que ele chamava do Bosque diz chamar-se dos Espelhos, e até ufana-se de ter ganho em combate ao próprio Dom Quixote… Entre tantos outros espelhos aos que Cervantes nos tem confrontado neste ímpar começo da segunda parte vêm somar-se agora vários outros, num jogo de nunca acabar, como aqueles que tanto afeiçoava Orson Welles, aficionado tão empenhado ao Quixote, alias…

A “inexistente” Casildeia, senhora de Vandalia, vem reflectir o brilho – tal vez pela ausência – da ímpar Dulcineia, já louvada até em livro.

O escudeiro do cavaleiro da Triste Figura contrapõe-se ao do do Bosque com a mesma intensidade que Sancho Pança o faz do seu amigo Tomé Cecial.

A de Dom Quixote é uma vitoria que é tudo menos isso. E, na hora da verdade, os encantadores vencem ao transfigurar o seu vencido nem Sansão Carrasco.

Mas uma vez acabada a aventura deparam com Dom Diego de Miranda, o do verde gabão, um homem que por sua vez servirá de espelho a Dom Quixote, pela sua vida acomodada e discreta.

Aproximadamente da mesma idade, diferem enquanto à sua vocação e a pacífica e simples conversa entre eles esconde uma verdadeira oposição entre a vida à que aspira o nosso cavaleiro e outra, que até corresponde em muito ao ideal erasmista. E onde Dom Quixote ouve com certa pena a descrição da vida menos esforçada de Dom Diego, Sancho, com outra orelha, inclina-se por senti-la mais segura chegando a considera-lo como a um santo...

O destaque do verde, cor associada aos bufões, denota uma certa extravagância que não deixa de revelar alguma vaidade, coincidente por sua vez com a auto-complacente descrição que o cavaleiro faz de si mesmo. E as limitações da vida acomodada mas de pouco interesse do do verde gabão ficarão à vista ao sabermos da sua perplexidade perante o seu filho, que dedica-se à poesia, o que, como é de esperar, desperta a admiração do nosso Quixote, que supera e por muito em conhecimentos e sensibilidade ao seu rico vizinho manchego.

AGZ


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Nuno de Lemos Pires, militar e especialista de historia militar, vem falar-nos de tudo aquilo que implica treinar um cavalo para combate...


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links úteis :

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CAPÍTULO XV

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