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Revisão das 12h11min de 29 de Maio de 2007
Ao acordar, um homem apalpa a sua cama à procura da sua mulher. Está só. Ainda meio adormecido, dirige-se para a casa de banho, e entre dentes, começa a dizer King Lear. Pouco a pouco acabará por fazer a peça toda. Sozinho, todos os papéis. Sempre sozinho. Sempre na mesma casa de banho, enfim, quase sempre. Quando a acaba o texto a sua mulher e o seu filho chegam a casa. Segue a pergunta habitual sobre o que fez do seu dia à qual ele responde com a verdade: “nada”.
O não dito desta sinopse, é que este homem não tem trabalho desde há muito tempo. Era actor, e até bastante re(conhecido). Hoje está cansado, pois o desemprego cansa, envelhece, adoece.
O paralelo entre a velhice e a loucura do rei Lear não é forçosamente óbvio mas que existe, existe....