Excertos da Revista de Imprensa

sobre Alvaro García de Zúñiga....

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Falta-me ouvi-lo em curva sobre o seu violino, mas o que dele já vi, em teatro e em cinema, devolveu-me a sua imagem ao espelho envolta numa aura de bizarria, que só um singular talento pode sustentar. Ao ver o excelente documentário que acaba de realizar sobre a Sala das Batalhas do Palácio Fronteira, percebi que a consistência dos seus saberes e da sua sensibilidade, sem trair o fraseado lúdico que tão bem cultiva, são dominantes do seu retrato. Terno, bonito, raro. - (Maria João Seixas ver texto completo)


"Alvaro de Zúñiga est musicien. Ou il l'a été à l'origine, avant de transférer la partition dans la parole. Il a étudié le violon avec Sergio Prieto et Norbert Brainin. À présent il a abandonné les cordes et son archet frotte sur les paroles. Et sur les langues, sur les possibilités des diverses langues. Car il y a plusieurs langues chez Alvaro de Zúñiga. Il en est présentement à solliciter la langue française." (Antonio Tabucchi - ver texto completo)


"Garcia de Zúñiga a fait de la langue et des langues la matière première de son travail créatif, une langue musicale, visuelle, une langue inventée, vidée, détruite-reconstruite, génératrice de sens/sons multiples. Une langue passe-partout finalement, une langue sans nationalité spécifique qui s’amuse à se croiser avec d’autres langues, à des-hiérarchiser les conventions linguistiques. Une langue élastique ou la norme ne s’impose pas et la différence est la bienvenue. Une langue étrange régie par deux mots : logique, musique.. " (Teresa Albuquerque)


"...les textes d’Álvaro sont des paysages, au sens où le dramaturge Michel Vinaver fait la distinction entre les textes machines (qui présentent les rouages d’une histoire, avec action et dénouement) et les textes paysages (qui proposent une exploration d’un état, d’une situation, d’une langue). Atteignant la scène, les textes d’Álvaro la contaminent, l’acteur devient l’actueur, les mots sont sa cible ou son arme, puisque tout est à double tranchant dans cet univers. Comme l’humour, omniprésent, et la jubilation de la langue sont l’autre revers d’un certain désespoir véhiculé par l’absurde." (Eric Pessan voir texte complet)


Alvaro García de Zúñiga é um D. Quixote das línguas, também das do cinema e das do teatro. A primeira peça que li chamava-se Théâtre Impossible. Não tinha nem personagens, nem acção. Quando estranhei alguns erros de francês, não só não se importava nada como a cada pergunta confusa da minha parte ele acrescentava imediatamente outra. “Se tanta gente no mundo fala línguas que não domina não há razão nenhuma para que isso não seja possível no teatro.” A Alvarização seguia o seu caminho. - (Leopold von Verschuer ver texto completo)


sobre OtihOrih

A pergunta com que nos vemos confrontados ao fazermos a experiência estética da singularidade inovadora e pertubadora da peça radiofónica OtihOrih, é se esta obra não constitui o primeiro texto ‘fractal’ da literatura post-europeia [...] Este texto fractal, que decifra por nós a música do caos (aquela que não sabemos ouvir, não sabendo reconhecê-la no som da realidade, que muitas vezes implode em mero ruído), no seu Abschied estético de uma simplificação semântica da verdade não se entrega de maneira alguma a uma fuga formal (e esteticizante) da realidade, mas confronta-se com perguntas fulcrais do nosso existir e da sociedade. - (Teresa Bartolomei ver texto completo)


sobre radiOthello

Un superlatif est assuré à cette mise en scène : C’est l’« Othello » le plus étrange que l’on aura jamais vu à Zurich. Et il faut bien qu’il en soit ainsi lorsqu’un homme de théâtre et de cinéma venant d’Uruguay (langue du pays : espagnol), vivant à Lisbonne (langue du pays : portugais), ayant étudié le violon à Cologne et la philosophie à Paris et écrivant des pièces en français réalise un classique anglais pour une salle suisse. Alvaro García de Zúñiga n’a pas simplement monté l’intemporel avec des moyens actuels. Mais il a écrit une pièce nouvelle autour du vieux Shakespeare : « RadiOtello » - une passe en pic pour la troupe internationale et amateur d’expériences de la scène Zurichoise. (Alexandra Kedves Tages Anzeiger 22.02.08)


sobre Conferência de Imprensa

A peça de Alvaro García de Zúñiga é sobre essa música de elevador da política, sobre os fins letais que o pechisbeque do discurso tantas vezes encobre. A agudeza do autor localiza muitas destas séries de palavras em situações inofensivas e até aparentemente joviais, como é o caso de actores a falar sobre o ambiente divertido em que decorreu a rodagem do filme que promovem, sobre como fulano, apesar da fama que o precede, se revelou, no set, aberto a tudo, carinhoso até. Este tipo de discurso ganha em ser amplificado ad nauseam, em ser morto por exaustão, mas Zúñiga tem outros alvos a abater, e a peça ganha maior amplitude no grotesco pseudo-enredo geopolítico que se lhe segue. O objectivo é, todavia, o mesmo: formas de persuasão pública, enunciados sem fim, reveladores de, na apta expressão de Lautréamont, “uma enorme quantidade de importância nula”. Que isto seja feito com uma maravilhosa verve cómica deixa-nos na peculiar situação de querer ouvir mais do que tantas vezes queremos deixar de ouvir. (António M. Feijó - ver texto completo Portogofone XII 2007)


sobre Manuel

"Alvaro García de Zúñiga's Manuel trilogy is a remarkable achievement in recent radio art and has been well received in the reviewing press." (Markus Heuger, Editor, WDR)


sobre Teatro Impossível

Tortura divertida, encenação depurada

Nos melhores momentos dada deste meta-monólogo, embora explicitado por gestos, julgaríamos ouvir Heidegger vestido de Schwitters fazer uma crítica de Wittgenstein. (...) Através desta ironia a encenação tenta salvar-se, tal como Münchhausen agarrando-se aos seus próprios cabelos, da lama existencial onde logo depois se deixa afundar. É um suplício delicioso, mas o suplício faz parte de toda verdadeira depuração. (Berliner Zeitung, 12 de Abril de 2002)


sobre O Teatro é puro Cinema

As loucuras e os dilemas que atacam os actores

O sentido dos sobressaltos

Os verdadeiros “culpados” deste delicioso imbróglio aparecem todos na ficha técnica do “filme”, e dão pelo nome de Alvaro García de Zúñiga (texto e encenação), Dóris Graça Dias (tradução), João Louro (cenários e figurinos), João Tabarra (luz vídeos e coreografia), Miguel Azguime (música).

Uma comédia escrita por um homem que confessa ter-se dedicado à literatura “porque a anomia estética contemporânea permite a alguns iluminados encontrarem nesses sobressaltos escritos um sentido. Às vezes, até vários”! Por tudo isto e mais algumas coisas que não se contam aqui, vale a pena ver, no Teatro Nacional de D. Maria II, em Lisboa, até 18 de Abril, como “O Teatro é Puro Cinema”. (Paula Lobo, Jornal de Notícias, 19 de Março de 1999.)


ver também : Recortes de imprensa



Alvaro García de Zúñiga

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