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− | + | Militante divulgador da estética modernista, em 1921 Oswald escreve para o amigo Mário de Andrade o artigo "O meu Poeta Futurista" publicado pelo Jornal do Comércio, artigo "preparatório" da Semana de Arte Moderna de 1922 que de alguma forma "lança" o movimento modernista brasileiro. | |
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− | + | De tal modo que mesmo movimentos muito mais recentes como o '''Tropicalismo''' e a geração da '''Lira Paulistana''' nos anos 70 (Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, entre outros) se reclamam deste ideário. O próprio nome '''Lira Paulistana''' é tirado de uma obra de Mário de Andrade. | |
− | Mesmo a '''Bossa Nova''' deve muito | + | Mesmo a '''Bossa Nova''' deve muito aos modernistas, pela sua lição peculiar de "antropofagia", assimilando a influência da música popular norte-americana na linguagem brasileira do samba e do baião.) |
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- a concepção de que a arte não deve ser uma cópia da realidade; | - a concepção de que a arte não deve ser uma cópia da realidade; |
Revisão das 16h35min de 22 de Fevereiro de 2009
No âmbito do Ciclo de Música e Poesia Brasileira na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna... faremos uma breve incursão na vida e obra de Oswald de Andrade e Cassiano Ricardo.
Dados chave:
José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo, em 1890. No mesmo ano em que se convencionou considerar que se inicia o "advento do modernismo" (Modernismo, na Wikipédia).
Em 1912 viaja para a Europa, em Paris toma contacto com o Futurismo.
Em 1917 torna-se amigo de Mário de Andrade. Os dois vão liderar a primeira geração do Modernismo brasileiro.
En 1919 forma-se em direito.
Militante divulgador da estética modernista, em 1921 Oswald escreve para o amigo Mário de Andrade o artigo "O meu Poeta Futurista" publicado pelo Jornal do Comércio, artigo "preparatório" da Semana de Arte Moderna de 1922 que de alguma forma "lança" o movimento modernista brasileiro.
(- Vale a pena ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância na sua época, ganhou valor histórico com o tempo ao projectar-se ideologicamente ao longo do século. Como talvez acontece geralmente a todas as ideias bem sucedidas, a ideia de Modernismo desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança. De tal modo que mesmo movimentos muito mais recentes como o Tropicalismo e a geração da Lira Paulistana nos anos 70 (Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, entre outros) se reclamam deste ideário. O próprio nome Lira Paulistana é tirado de uma obra de Mário de Andrade. Mesmo a Bossa Nova deve muito aos modernistas, pela sua lição peculiar de "antropofagia", assimilando a influência da música popular norte-americana na linguagem brasileira do samba e do baião.)
Entre os movimentos de inspiração que surgiram na década de 1920, destacam-se:
Movimento Pau-Brasil
Movimento Verde-Amarelo e Grupo da Anta
Movimento antropofágico
e Oswald de Andrade será autor de Manifesto da Poesia Pau-Brasil publicado em 1924 e do Manifesto Antropófago publicado em 1928.
A principal forma de divulgação destas novas idéias se dava através das revistas. Entre as que se destacam, encontram-se:
Revista Klaxon
Revista de Antropofagia
O ano de 1929 é fundamental na vida do escritor. A crise de 29 abalou as suas finanças, ele rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral e apaixona-se pela escritora comunista Patrícia Galvão (Pagu). O relacionamento com Patrícia Galvão intensifica sua atividade política e Oswald passa a militar no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Além disso, o casal funda o jornal "O Homem do Povo", que durou até 1945, quando o autor rompeu com o PCB. Do casamento com Patrícia Galvão, nasceu Rudá, seu segundo filho.
Depois de separar-se de Pagu, casou-se, em 1936, com a poetisa Julieta Bárbara. Em 1944, mais um casamento, agora com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permanece junto até a morte, em 1954.
Nenhum outro escritor do Modernismo ficou mais conhecido pelo espírito irreverente e combativo do que Oswald de Andrade. Sua atuação intelectual é considerada fundamental na cultura brasileira do início do século. A obra literária de Oswald apresenta exemplarmente as características do Modernismo da primeira fase.
A poesia de Oswald é precursora de um movimento que vai marcar a cultura brasileira na década de 60: o Concretismo. Suas idéias, ainda nessa década, reaparecem também no Tropicalismo.
Dados chave:
a relação com Mário de Andrade – figura de proa do modernismo brasileiro. (Mário de Andrade escreveu o romance modernista Macunaíma, publicado em 1928, em que o (anti)herói é um índio brasileiro. O romance pretende mostrar o multiculturalismo do Brasil : "utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e regista alguns aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos (rapsódia). O livro possui estrutura inovadora, não seguindo uma ordem cronológica (i.e. atemporal) e espacial. É uma obra surrealista, onde se encontra aspectos ilógicos, fantasiosos e lendas. Apresenta críticas implícitas à miscigenação étnica (raças) e religiosa (catolicismo, paganismo, candomblé) e uma critica maior à linguagem." - ver : http://pt.wikipedia.org/wiki/Macunaíma.
Elementos de contextualização:
O Modernismo
Corrente intelectual e artística de se estende de 1890 a 1970.
- Rejeição da tradição
- Rejeição do Romantismo
- a procura do actual;
- o culto do progresso;
- a concepção de que a arte não deve ser uma cópia da realidade;
- aproveitamento das lições de uma nova arte em evidência, o cinema.
O modernismo em Portugal desenvolveu-se aproximadamente desde o início do século XX até ao final do Estado Novo, na década de 70.
Em inícios do século XX, em Portugal, a produção literária e plástica era ainda profundamente marcada pelo classicismo racionalista e naturalista, em manifestações apáticas e decadentes, que evidenciavam forte resistência à inovação. Ao monótono e decadente rotativismo político correspondia uma não menos monótona e decadente produção intelectual. Os interesses materiais dos burgueses sobrepunham-se aos interesses culturais, condicionando a liberdade de expressão.
A partir de certo momento, grupos de intelectuais portugueses organizaram-se em círculos de contestação da velha ordem e iniciam-se no recurso a estratégias provocatórias e na resposta, por vezes desabrida, às formas políticas e culturais conservadoras e reaccionárias à modernidade. - É o modernismo, enquanto movimento estético e literário de ruptura com o marasmo intelectual, que irrompe em Portugal em uníssono com a arte e a literatura mais avançadas da Europa, sem prejuizo, todavia, da originalidade nacional.
Foram lançadas revistas, organizadas exposições e conferências, sob iniciativa privada, num esforço de autonomia relativamente aos apoios estatais, através das quais as novas opções culturais eram demonstradas e divulgadas. No entanto, o baixo nível de alfabetização da população portuguesa e o conservadorismo dos meios urbanos, onde as novidades intelectuais têm maior presença, não proporcionaram abundância de público interessado nos novos eventos culturais.
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